Proceso visuoperceptivo en la enfermedad de Parkinson: de la retina a la corteza frontal

Abstract

Introducción. El creciente interés por los déficit cognitivos que presentan los pacientes con enfermedad de Parkinson ha dado lugar a la proliferación de trabajos sobre este tema durante los últimos años. En el presente artículo se revisa la alteración visuoespacial en dichos pacientes, que habitualmente se relaciona con otros trastornos como los que afectan a la planificación, la secuenciación, la atención o los procesos de la memoria. Desarrollo. Se exponen los hallazgos más relevantes que apuntan a que la existencia de esas alteraciones visuoespaciales que muestran los pacientes con enfermedad de Parkinson no son siempre secundarias a otros déficit cognitivos de tipo frontal, como se ha afirmado en los últimos años, sino que pueden deberse a trastornos en otros puntos anteriores del proceso perceptivo (como consecuencia de la deficiencia dopaminérgica en el circuito basal-talámico-cortical). Para ello, se clasifican los trastornos visuoperceptivos en función de su localización cerebral: desde la retina hasta el núcleo geniculado lateral, la corteza visual y la corteza extraestriada, y, finalmente, la corteza frontal y prefrontal. Conclusiones. Se propone la presente clasificación de los trastornos según la localización de los mismos en aras de una selección objetiva de la muestra y de las pruebas neuropsicológicas utilizadas en los estudios. Es deseable, a este respecto, un mayor consenso entre los investigadores a la hora de diseñar las investigaciones que versen sobre alteraciones visuoespaciales en los pacientes con enfermedad de Parkinson.Introduction. The growing interest in the cognitive impairment shown by patients with Parkinson’s disease has led to a wealth of research in this line over recent years. In this paper we review the visuospatial alterations in these patients, which are usually linked to other disorders such as those affecting planning, sequencing, attention or mnemonic processes. Development. We report the most relevant findings, which suggest that the existence of these visuospatial disorders shown by patients with Parkinson’s disease are not always secondary to other frontal-type cognitive impairments, as has been claimed in recent years. Instead, they may be due to disorders in other anterior points of the perceptive process (as a result of dopaminergic deficits in basal-thalamic-cortical circuits). Thus, visuoperceptual disorders are classified according to their location in the brain: from the retina to the lateral geniculate nucleus, the visual cortex and the extrastriate cortex and, finally, the frontal and prefrontal cortex. Conclusions. We propose this classification of the disorders according to their location to aid in achieving an objective selection of the sample and of the neuropsychological tests used in studies. In this regard, we consider that there should be a higher degree of agreement among researchers when it comes to designing research projects that deal with visuospatial disorders in patients with Parkinson’s disease.Introdução. O crescente interesse pelos défices cognitivos que apresentam os doentes de Parkinson deu lugar à proliferação de trabalhos nesta linha durante os últimos anos. No presente artigo é revista a alteração visuoespacial nos ditos doentes, que habitualmente se relaciona com outras perturbações como as que afectam a planificação, a sequenciação, a atenção ou os processos amnésicos. Desenvolvimento. São apresentadas as descobertas mais relevantes que apontam a que a existência dessas alterações visuoespaciais que mostram os doentes com a doença de Parkinson não são sempre secundárias a outros défices cognitivos de tipo frontal, como se afirmou nos últimos anos, mas antes podem deverse a perturbações em outros pontos anteriores do processo perceptivo (como consequência da deficiência dopaminérgica no circuito basal-talâmico-cortical). Para isso, classificam-se as perturbações visuoperceptivas em função da sua localização cerebral: desde a retina até ao núcleo geniculado lateral, ao córtex visual e ao córtex extra-estriado, e, finalmente, ao córtex frontal e préfrontal. Conclusões. Propõese a presente classificação das perturbações segundo a localização das mesmas em áreas de uma selecção objectiva da amostra e das provas neuropsicológicas utilizadas nos estudos. É desejável a este respeito um maior consenso entre os investigadores na hora de elaborar as investigações que versem sobre alterações visuoespaciais nos doentes com a doença de Parkinson.